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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Poesias de Cecília Meireles

O crítico Flávio Loureiro Chaves anotou que a poesia de Cecília Meireles vive “engolfada na torrente do tempo”, em meio a uma grande angústia, imersa num “deserto opaco”, sem passado e sem futuro. “Não há passado / nem há futuro. / Tudo que abarco / se faz presente” – diz a poeta. Sua experiência é, portanto, uma experiência do vazio, já que ela não encontra possibilidade de comunicação com o mundo circundante. Nisto residiria o vínculo da autora com a modernidade estética, já que esta tem entre suas características ideológicas as sensações do absurdo e da falta de sentido da vida contemporânea.Diante da “navegação sem estrelas”, que é a trajetória humana, resta à Cecília apenas o canto, isto é, a celebração do ato de criação poética, único enfrentamento da artista contra um universo despossuído de significado.

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